sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

UM POEMA AOS CONFRADES DA ASOLAPO (ASSOCIAÇÃO LATINOAMERICANA DE POESIA)

CANTO A LOS NIÑOS DE LOS CAÑAVERALES

La tierra es la madre pariendo el dolor y la caña,
bajo el canto de hierro de los machetes.
El batallón de niños-jovenes
realiza ambiciones aristocráticas,
al peso de las taperas y de los andrajos,
de la cicatriz, del llanto y la vergüenza.
La canción de las moliendas de los ingenios
invade la inmensidad de los campos verdes,
rompiendo el día, la noche y la madrugada,
al molde esclavista de la “senzala”
que convivia al canto del trabajo.
Si los cuerpos de los niños “bóias-frias”
se despedazan en la lucha deshumana,
al rigor del desprecio de los patrones,
retornemos a la historia de los señores
que a los cuerpos de los esclavos provocaban
los torturantes dolores de los látigos,
en nombre de la ambición inombrable.
La cosecha es mandíbula de la fiera
que de a poco dilacera la vida inocente,
consumida en las brasas que aún subsisten
después de las llamaradas de la limpieza.
La cosecha es una puñalada perversa,
que rompe la conciencia inocente
en dirección a la carne sin defensa.
La ceguera empresaria es tragedia,
a pesar que justifique sus contratos
con una obra social imponente.
La suerte de los niños, mientras tanto,
desenmascara la indecente hipocresía
del vil capataz explotador.
De sol a sol, mandioca, sal, frijol,
agua salada y un catre para el descanso.
De las manos desnudas, brotan callos vivos;
del pecho desnudo, renacen cicatrices;
del rostro frío, emerge la mirada sin rumbo.
Es en el alma que las cadenas están presas.
Legión desnutrida y analfabeta,
abriga los hierros sucios de la ambición
mientras la libertad vuela sin sentido.
(A.Kleber)
Recebi do Poeta e Amigo EVERALDO BOTELHO BEZERRA:


O POETA E O SONHO
(Ao amigo Antonio Kleber Mathias Netto)

Dorme o poeta só, de corpo inteiro,
No seu leito de versos e alfazemas.
Repousam no espaço seus poemas,
Suas lembranças, o estro verdadeiro.

Dorme o poeta, ah, dorme o guerreiro!
No silêncio, somente as falenas
Sobrevoam as brancas açucenas,
Velozes no seu voo passageiro.

Enquanto dorme o poeta, as musas cantam
Uma canção de amor, fraternidade,
Na esperança voraz dele escrevê-la.

Versar as ilusões da juventude,
Da liberdade e da magnitude,
Enquanto dorme o poeta, brilha a estrela!

Rio das Ostras, 15.11.2009

AO POETA ANTONIO KLEBER

DE POETA A JUIZ


Na mão direita, a vara da Justiça!
Na mão esquerda, a lira do Poeta!
No coração, o ardor dessa árdua liça!
Na mente, a luz de uma centelha inquieta!


Compõe sentença onde o talento viça,
na perfeição de um cuidadoso esteta;
receia cometer uma injustiça,
porque ao lado do Juiz está o Poeta.


Escandindo o processo, como fosse
um heróico poema, ele bendiz
a sensibilidade que em si trouxe.


Antonio Kleber de Mathias Netto:
de Juiz a Poeta, de Poeta a Juiz,
compõe sentença... exara seus sonetos!”


Sady Maurente, Poeta, Membro da Academia Sul-Brasileira de Letras. Pelotas, RS, 1987.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

POEMAS RECENTES

TUA AUSÊNCIA


O tempo de prazer foi-me fugaz;
amor intenso, sim, ânsias ardentes,
mas desapareceste e, então, jamais
deixei o monastério dos gementes!


Em tempo algum me imaginei tão só,
amargurado, débil, quedo e mudo;
estejas certa, creias, não me iludo:
teu legado rendeu-me o breu e o pó!


Ao passo da memória recidiva
impingindo o sofrer, eu te fiz diva,
musa dos belos versos da saudade!


Lançado à solidão mais abrasiva,
alma exposta à mordaz acerbidade,
entrego-me à voraz eternidade.


ENQUANTO OS SONHOS AINDA VIVAM


Os sonhos antigos erodem aos ventos.
A força que chega é futuro visível,
mostrando sem pena ser quase impossível
tornar as idéias concretos eventos.


Mas o olhar altivo ao passado sem luz
alerta ao presente que a lida não cessa,
rezando a cartilha do tempo que a pressa
às vezes é amiga da paz que seduz.


O baú de idéias e planos que vingue
durante a aventura nas quadras da vida,
enquanto haja força no leito da gare.


Ao fim, a existência revela-se um ringue,
até que o nocaute sem volta decida
que a luta se acaba e que assim se declare!


JURISDIÇÃO MALANDRINHA


Ora, creiam que em toda esta embrulhada,
quase nada perdi para o desmando
da prepotência anã do vil comando
de um balcão de justiça atrofiada.


Jurisdições se espalham tituladas
pelo Brasil afora – e são milhares! –
algumas injustiçam pobres lares,
outras honram a Thémis, deusa amada!


Da que falo, porém, são malandrinhos,
tocando o tramitar de causa nobre
ao custo do roncar das tartarugas!


Juro: desejo longe estes vizinhos;
quero um corregedor que muito os cobre,
pois são do Estado ociosas sanguessugas!


ABRIGO DA MORTALHA


Percorri avenidas, becos, ruas,
boates, cabarés, bares e praças;
perscrutei através muitas vidraças,
porém, frustrei-me em vãos de idéias nuas.


Moral sacrificada, ao rés do chão,
abatido em delírios de loucura,
confesso-te, desisto da procura,
escravo da insistência do teu não!


Toda luta sem flanco é débil lida,
que ao fim revela inútil nossa vida,
indigna de alçar qualquer medalha!


Minha alma, vergastada e enlouquecida,
aos pés da dor intensa que atassalha,
agora elege o abrigo da mortalha!

Mathias Netto - Poeta Carioca*

PODCAST EPISODE

Antonio Kleber Mathias Netto - Poeta Carioca

An episode from AMOREPOESIA PODCAST
7/16/2010

Programa Publicado em 14/06/09. Neste podcast, trago as poesias de Antônio Kleber. O programa é todo dedicado ao poeta carioca autor dos livros "Quarenta Sonetos Sem Pecados" e "Tuna", ambos pela Editora ZEM do Rio de Janeiro. Antônio Kleber, que tem, na minha opinião, como principal característica o total domínio dos recursos da língua e uma pena muito apaixonada, que nos fala de amores perdidos, de saudades... Sempre com grande sentimento.
Descobri o poeta na internet. Então ele começou a enviar-me as suas poesias. Confesso que no princípio, senti-me um tanto quanto apreensivo em função do desafio que antevi para inter-pretar as suas poesias e expressar o sentimento nelas contido. Hoje, penso que foi um bom desafio. Sinto-me recompensado agora que publico este podcast.
Apresento as poesias Cessa A Busca, Partidas, Coisas Antigas, Lembrança, Amor E Violência, Últimos Avisos, Partidas, Sofrimento, Vibrações, Sonho, Após O Olor Que Alenta, Uma Saída, Cultivo De Saudades, Agora É Tarde, Muito Tarde!, Murmúrio e Cereal Da Vida. Músicas: Lembra de Mim, Emilio Santiago (Ivan Lins/vitor Martins), Titanic Symphony, Richard Clayderman, O Chamado, Marina Lima, Lara Croft,Tomb Raider Game Music, Serenade (Franz Schubert), Richard Clayder-man, Why Annie Lennox, The Eyes Of Truth Is Always Watching You, Enigma, Hovering Venus, Psychetropic, Magnatune, The Internal, ABA STRUCTURE, Magnatune, How Can You Mend A Bro-ken Heart, Bee Gees (Ao Vivo!).
OPERÁRIO-PRANTO

Solto o tempo no vagar da sorte,
como a morte no trilhar do sonho.
No infinito do cantar sombrio,
colho o fruto do sofrer eterno.

Divagando no saber estranho,
conhecendo a força do mistério,
argamasso a construção da vida
sob as luzes de um querer sublime.

Maldizendo o que recebo em troca,
nesse evento de trocar amores,
vou-me ao largo no meu fado enfim!

Prisioneiro deste pesadelo,
ferve o sangue do operário-pranto,
ao rigor de uma emoção profunda!

- Este é o grande poeta Antonio Kleber, Operário da Poesia. Espero que você também goste deste podcast.

(* Poeta Fluminense, nascido em Macaé-RJ)